Dicas de MACHU PICCHU da Marcinha – Cusco, Vale Sagrado e Lima – 7 dias
Nossa viagem ao Peru começou em junho, nos preparativos, com muitas expectativas e alguns suspenses. Suspenses porque em julho/2017 o governo peruano iria promover mudanças nas visitas a Machu Picchu. Se antes se podia ir e ficar lá o dia inteiro apreciando as maravilhas, agora só são permitidos ingressos por período – você escolhe o período em que quer visitar a cidade sagrada dos incas: manhã (6 às 12hs) ou tarde (12 às 18hs), e sempre, obrigatoriamente, acompanhado de guias locais. E aí vinham as dúvidas… Melhor de manhã? Melhor à tarde? Dá prá ver tudo? Será que chove (estávamos indo em setembro= início do período chuvoso)? Como ir a Machu Picchu, desde Cusco ou desde Ollantaytambo? E o soroche (mal da altitude), será que nos pegaria?
Quebramos muito a cabeça… Procuramos agências de viagem, falamos com amigos que já tinham ido… Resolvemos montar nosso próprio esquema e deixamos os possíveis imprevistos nas mãos dos deuses da Sorte! Passagens compradas com dois meses de antecedência, idem em relação aos ingressos a Machu Picchu (período da tarde) e passagens de trem (decidimos pelo trajeto Cusco-Águas Calientes-turno da manhã, trem Vistadome).
Nosso esquema final de viagem foi assim: vôo SãoPaulo-Lima, parada no aeroporto de Lima apenas para pegar o próximo vôo para Cusco. Decidimos por ficar 4 dias em Cusco e 3, os finais, em Lima, de onde retornaríamos a São Paulo.
Primeiro dia em Cusco – Chegamos por volta das 11:00 hs no Sonesta Hotel Cusco, que recomendamos, demais! Excelente hotel, suítes muito confortáveis, café da manhã e serviço de concierge impecáveis. Não é no centro, mas próximo o bastante para se caminhar com tranquilidade até lá, passando pelo Centro Artesanal de Cusco, pela Praça Orellana Pumaqchupan (fonte de águas, muito linda), pelo Koricancha (templo em homenagem ao deus inca do sol, destruído pelos conquistadores espanhóis): lugares que não se pode deixar de conhecer em Cusco. Almoçamos trutas (maravilhosamente preparadas) no Paucartambo Costumbres – na Plaza de Armas.
Koricancha – Cusco (foto2)
SOROCHE? Ops! Contrariamente ao que é aconselhado (descansar por umas duas horas), saímos caminhando assim que acomodamos nossas bagagens no hotel. Claro que já havíamos tomado o chá de coca na recepção (cerca de duas chávenas cada um) e ainda mais duas/três balinhas de coca. Para nossa surpresa, nada sentimos. Caminhamos devagar, porém, por mais de duas horas, por vários lugares próximos e fomos até à Plaza de Armas de Cusco. Ficava difícil parar de caminhar, porque curtimos muito Cusco! É um lugar para se conhecer andando: encantar-se com os “balcones” coloniais, as portas de madeira, as cores do artesanato, o vai e vem de turistas… Voltamos ao fim da tarde para o hotel, a tempo de adquirir o boleto turístico(v.abaixo*) para nossos passeios. Sentimos apenas com um ligeiro cansaço, então, nada de soroche, pelo menos prá nós!
Em tempo: somos um casal de sessentões que se exercita 4 a 5 dias por semana, alternando entre caminhadas e ciclismo. Uma boa dica de um amigo de Floripa e que funcionou também foi comer chocolate. Aliás, imperdível o chocolate peruano, não deixe de experimentar!
(*)Boleto Turístico – Se ficar mais do que dois dias em Cusco, vale a pena comprar o Boleto Turístico, válido por até 10 dias consecutivos. Custa 130soles e permite passeios a muitos lugares como: Pisac, Ollantaytambo, Chinchero, Moray, Saqsayhuaman, Q´enqo, Puka Pukara, Tambomachay, Tipon, e outros. É pessoal e intransferível – necessário ficar atento aos dias e horários de saída das excursões. Porém, guarde alguns soles para outras atrações interessantes da cidade, como o Museu de Arte Pré Colombina, o Museo Inca e outras não incluídas no boleto turístico.
Segundo dia em Cusco – Fizemos o circuito III do boleto turístico , partindo para Saqsaywaman, Chinchero, Pisac e Ollantaytambo. Em Chinchero nos apresentaram os têxteis (parada para compras, lógico!), e a gente se encanta com as técnicas, as tinturas naturais, os teares, o povo peruano… Saqsqywaman, Pisac e Ollantaytambo: a gente aos poucos vai sendo introduzido às maravilhas do que foi o império inca – técnicas de cultivo, construção, armazenamento, distribuição de água… Não há como não se encantar!
Saqsaywaman – (foto3)
Lâs de lhama e alpaca, cores obtidas com pigmentos naturais –Chinchero textiles –(foto4)
No tear – (foto5)
Pisak – (foto6)
Ollantaytambo- (foto7)
Terceiro dia – Este foi o dia D, em que tomamos o trem Vistadome e partimos para Machu Picchu. Escolhemos o circuito “conservador” – fomos de trem desde Cusco, chegamos a Aguas Calientes onde tomamos o ônibus para subida a Machu Picchu. O trem que escolhemos é bastante confortável e serve lanche bem razoável. Demos sorte de ficar do lado esquerdo no sentido do trajeto do trem (assentos numerados), então fomos margeando, e nos surpreendendo com a majestosidade do Rio Urubamba e as montanhas andinas!
Chegando a Águas Calientes, há os trajetos do ônibus: são mais 20 a 30 minutos de caminhada em subida para chegar à cidade Sagrada dos incas. Atenção – mesmo indo de ônibus, esteja preparado para o caminho final de acesso à cidade inca (depois que se desce do ônibus)! Tem que ser feito a pé – é bem puxadinho e, se não estiver preparado fisicamente, tente contratar um guia somente para si, para que ele tenha paciência com o seu ritmo. Vimos algumas pessoas sendo “abandonadas” pelos guias de grupo porque não os conseguiam acompanhar. A subida será difícil se você tem um joelho que dói ou outro problema de locomoção. Eu diria até impossível para um cadeirante, ou uma pessoa muito idosa.
Saída de Machu Picchu para volta a Águas Calientes – fique atento aos horários dos ônibus, principalmente se tem que pegar de volta o trem para Cusco! O nosso guia disse que poderíamos ficar um pouco mais na cidade sagrada, curtindo-a, mas decidimos descer, e foi a nossa sorte: a fila para pegar os ônibus de volta levou mais de uma hora! (E isso porque fomos num período em que os turistas já são menos numerosos – imagino como deve ser em julho e agosto, épocas de pico!)
Viagem trem Vistadome – às margens do Urubamba – (foto8)
Águas Calientes
La Roca Sagrada – Machu Picchu
Quarto dia – Fizemos o circuito Chinchero, Moray, Maras-Salinas e ainda voltamos a tempo de caminhar um pouco mais por Cusco, até o Portal de Santa Clara, o mercado São Pedro, visitar o Museu Inca e o Museu de Arte Precolombino. Sentimos que poderíamos ficar lá por mais 2 a 3 dias e ainda haveria muito a conhecer e aproveitar!
Moray
Salinas de Maras
Mercado San Pedro, Cusco –
Portal de Santa Clara – Cusco
Quinto dia, Sexto e Sétimo dia – ida para Lima – Ficamos em Miraflores, para nós o lugar mais interessante daquela cidade. Hotel quase junto à Praça Kennedy, em local atraente, agradável, próximo da praia, do Malecon e de restaurantes de qualidade. No domingo tivemos a sorte de, indo ao centro histórico, assistir a uma procissão de cusquenhos residentes em Lima, “Quadrilla de Cargadores de Cusco” , muito bonita e “guardada” por figuras folclóricas com cabeça de animal e roupas coloridas, principal alvo das ávidas máquinas fotográficas de turistas. Destaques em Lima: – Museu Larco(não deixe de ir!!!) – almoçar na Taberna Queirolo – visitar o Barrio Barranco – Centro Histórico, Parque da Muralla (próximo ao centro histórico) e caminhar pela praia e ao longo do Malecon.
Miraflores – Malecon – Lima
Procissão – Centro Histórico – Lima –
Figura folclórica procissão das
Parque da Muralla – Lima –
Balanço da viagem – Ficaríamos uns dois ou três dias a mais em Cusco, e, se pudéssemos, manteríamos os três dias em Lima para experimentar mais a gastronomia peruana, não fosse a eterna preocupação de manter o peso, hahahah! Voltaria a Cusco? SIM!!!!
O que faria de diferente? Há muito mais para se ver no roteiro do Vale Sagrado que nossa agenda não permitiu. Além disso, no passeio para Machu Picchu, reservaríamos duas noites para Águas Calientes. Por quê? Primeiro porque achamos o lugar encantador, e aí, poderíamos pegar o trem da tarde, dormir lá e acordar cedo para ir a Machu Picchu no turno da manhã. Voltando de Machu Picchu, ficaríamos o resto do dia em Águas Calientes só curtindo o lugar, que é adorável, e relaxando em alguma terma. Voltaríamos a Cusco, de trem novamente, mas no dia seguinte, e continuaríamos no roteiro da Vale Sagrado!
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