4.800 km percorridos
73 horas dentro do carro
17 dias
5 cidades
Eu e meu namorado ( Michel) decidimos fazer uma viagem de carro saindo de São Paulo e passando em Florianópolis, Montevideo, La Pedrera, Valizas e Cabo Polinio saindo no dia 19 de dezembro e voltando no dia 04 de janeiro.
Valeu muito a pena, os uruguaios e as pessoas de floripa são todos muito simpáticas e educadas, foi uma viagem surpreendentemente linda!
Custos:
Gastamos em média R$ 100,00 por pessoa por dia nos hostels e R$ 800,00 de gasolina + R$ 100,00 de pedágio no total( ida e volta), como fomos só nos dois ficou um pouco salgado, mas dividindo em quatro pessoas por exemplo fica bem em conta.
Uma dica a respeito do combustível- tente abastecer antes de entrar no uruguay, a gasolina lá é beeem cara, pagamos R$ 250 pra encher o tanque, sendo que geralmente gastamos uns R$ 120,00.
Dia 1.
É bom sair de SP cedo para não chegar em floripa de noite ( eu particularmente não gosto de chegar nos lugares a noite).
A viagem durou em torno de 11 horas porque pegamos transito na serra. Vale lembrar que a estrada ( Regis Bittencourt) que liga São Paulo a Florianópolis não é muito boa, uma vez que é praticamente o tempo todo de serra com muitas curvas. Pegamos um transito na serra de mais ou menos 2 horas porque estava em obras, e há lugares em que só há uma pista de ida ou de volta.
Fomos comendo lanchinhos no carro e chegamos em floripa com muita fome e, antes de chegar na pousada resolvemos parar no Madero, que é uma rede de hambúrgueres que diz ter o melhor hambúrguer do mundo ( vimos vários no caminho).
O restaurante é bem interessante, fica dentro de um contêiner de dois andares e o hambúrguer caseiro sai em media 25 reais e é muito gotoso e macio ( só não diria que é o melhor do mundo…)
Ficamos hospedados na pousada Praia Brava em praia brava. A pousada é ok, basicona, com piscina, café da manhã continental etc. A praia é cheia de condomínios de prédios baixinhos e bem cuidada. No entanto, é localizada em uma parte do norte da ilha onde se tem que ir para o centro para poder chegar nas praias do sul, então achei a localização um pouco ruim em relação as outras praias.
Dia 2.
O dia estava nublado, então fomos andar pela orla da praia brava. Este é um bom passeio pra quem quer fazer caminhada porque há um calçadão por toda a extensão da praia.
Depois fomos até a praia dos ingleses, onde há varias lojinhas de artigos de praia por um preço bastante acessível.
Almoçamos em um dois vários restaurantes na beira da praia ( em média o preço é de R$ 70,00).
No final da tarde fomos para a região da lagoa, onde há vários barzinhos, restaurantes, feirinhas, além de pessoas praticando esportes como kite surf, canoagem, sand up padle, e andando de bicicleta. Em volta da lagoa é um ambiente muita agradável para estender uma kanga e ficar curtindo um pouco da cidade.
Para jantar fomos em um lugar de food truck bem no centro da lagoa da conceição, onde há uma boa variedade de comidas ( comida mexicana, hambúrguer, cervejas artesanais, crepes e wafles).
Para fechar a noite fomos tomar uma cerveja em um bar que serve de tudo, desde café da manhã até drinks e a noite tem música ao vivo. O bar chama 3 corações.
Dia 3.
Fizemos um tour de carro pela ilha, passando pela Praia Mole, Joaquina, Campeche até chegar na praia do pântano do sul onde comemos no bar do Amarante.
A praia mole é muito bonita, com uma boa estrutura de bares e barraquinhas de praia, mas sem ficar muito muvucada. É uma boa praia para a pratica do surf.
A praia da Joaquina também é linda, e antes de chegar propriamente na praia tem algumas dunas de onde da pra ver a lagoa e a praia. Também é legal pra quem quer fazer sandboard, tem prancha pra alugar.
A praia do Campeche já é mais tranquila, sem muita estrutura, e maior do que as outras.
Por fim, a praia do pântano do sul parece uma vila das praias do litoral norte de são Paulo ou do sul do Rio, como Paraty.
Com ruazinhas bem estreitas não dá para chegar na praia de carro. Na praia tem vários barquinhos de pequenos pescadores que dá um charme todo especial.
Almoçamos no bar do amarante, um restaurante bem famoso de flloripa e bem antigo também. Em seu surgimento era uma vendinha onde os pescadores e viajantes que lá aportavam deixavam recados para aqueles que ainda estava por chegar ou que passariam por lá. Esse costume virou tradição e hoje em dia todo mundo que vai ao restaurante deixa recados, dos mais diversos, em papeizinhos que são pendurados nas paredes.
O prato mais conhecido é o peixe frito com pirão ( que foi o que nós pedimos) e que custa em torno de R$ 60,00 e dá para duas pessoas.
A noite resolvemos explorar os restaurantes que tinham perto do hotel, na praia ao lado da praia brava, já que lá há uma vilazinha com varias opções para comer.
Fomos no restaurante italiano chamado La Stivale. As massas são excelentes, feitas por um chefe italiano muito simpático. O buget ficou um pouco a cima do que planejávamos ( cada prato de massa saiu em media R$ 45,00 e não da pra dividir). A carta de vinhos também é bem boa, tem uma adega grande no lugar.
Dia 4.
Fomos na praia do forte, fica depois de Jurerê internacional mas não tem nada a ver com o estilo das grandes casas e baladas que tem nesta praia. A praia do forte parece uma vila de pescadores, cheia de barquinhos e só com um bar bem simples.
A água não é tão fria e o mar é bem calmo, uma delicia!
Depois fomos novamente para praia Mole. Estava bem mais cheia mas não chega a ser ruim. La acontecem varias festinhas no final da tarde e a noite.
Dia 5.
Partimos em direção de Montevideo as 8h. Percorremos 9 horas ( 800)km até Jaguarão, cidade do Rio Grande do sul que faz fronteira com o Uruguai.
Ficamos em uma pousada bem gostosa que chama Artisan R$ 145,00 o casal com café da manhã.
Fomos jantar em uma das varias churrascarias da cidade, pode arriscar que vale a pena. Gastamos R$ 50,00 o casal com bife arroz batata frita e salada. Tem a opção de escolher um bife sozinho, bufe com acompanhamento ou o espeto com churrasco.
Dia 6.
Saímos as 8:30 para Montevideo ( 500km). Chegamos as 13h do horário do brasil e as 12h do horário de lá já que esse ano eles não adotaram o horário de verão.
Logo na entrada a cidade já me surpreendeu. Ruas super limpas, e uma orla cheia de casas muito bonitas com palmeiras e do outro lado o rio del prata com pessoas tomando sol na praia.
Ficamos no hostel (Pocitos hostell) que fica na praia que leva o mesmo nome. Bem localizado (a 3 quarteirões da praia) o hostel tem um quarto bom para casal, banheiro compartilhado, wi fi, cozinha compartilhada e um jardim de inverno bem gostoso com uma área para fazer churrasco.
Pagamos R$100 por pessoa por dia para ficar em um quarto de casal, mas também há a opção de quartos compartilhados.
Depois de deixarmos as malas fomos dar uma andada pelo bairro. Fomos seguindo a orla da praia até uma região mais elevada onde dá pra ter uma vista legal da cidade ( olhando para a praia do lado esquerdo).
Voltando para o hostel paramos em um barzinho na orla onde estava tocando música e tinha umas pessoas bem animadas dançando. Tomamos umas cervejas ( lá é comum as pessoas tomares cerveja de litro) eu particularmente gosto da stela, e ela não era muito mais cara do que as outras então valia bem a pena ( em media 11 reais o litro).
Depois ficamos sabendo que é uma tradição dos jovens de montevideo sair na tarde do dia 24 com os amigos para beber na praia…eles estavam bebendo mto! Dançando ate o chão, bem empolgados! E depois ir pra ceia com a família já meio bêbados.
A noite a galera do hostel ascendeu a churrasqueira e nos fizemos um churrasco. Foi um pouco difícil saber qual tipo de carne era boa pro churrasco, pq fora os cortes clássicos ( chorrizo por exemplo) não tínhamos ideia de qual corte era bom pq os nomes são todos diferentes. O açougueiro acabou nos indicando um corte que chama nalga, que tem pouca gordura, é macio e não é caro.
Na noite de natal os uruguaios tem o costume de soltar muuuuitos fogos,todo mundo sai para a rua pra soltar fogos, inclusive as crianças, o que faz com que a rua fique parecendo uma cena de guerra!
Dia 7.
Como era dia 25 a cidade amanheceu bastante vazia, então resolvemos ir andando pela orla da praia até o centro da cidade, passando pelo parque rodó( parque super conservado com brinquedos antigos que faz parecer que você esta na década de 50), pela prefeitura até chegar na praça da independência que é linda, bem imponente. Na volta passamos para almoçar em uma pizzaria ( único restaurante que estava aberto) e fomos caminhando por dentro da cidade, que é bem charmoso, cheio de casinhas mais antigas mas bem conservadas.
Foi bem interessante ver que quando voltamos para Pocitos a praia estava lotada de gente, parecia que todos já tinham se recuperado da ressaca e voltaram a beber e a curtir a praia.
Dia 8.
Fomos novamente até o centro da cidade, dessa vez passamos o portal que liga o centro novo e o centro velho, onde há uma feirinha de produtos uruguaios e antiguidades. Andamos no sentido do Mercado do porto. Vale a pena fazer esse percurso a pé.
No mercadão é legal sentar em um dos balcões e pedir um medio-medio, uma bebida típica do Uruguai que é feita de espumante e vinho branco, uma delicia beber geladinho com uma linguiça com chimichuri.
Depois fomos em outro balcão comer um churrasco (o que eles mas oferecem lá é a parrijada, uma mistura de carnes estranhas, como rabo de boi, nariz essas coisas, mas que não vale a pena pela baixa qualidade da carne e o preço mto alto). Comemos um entrecote muito macio com um provolone ,linguiça, e cerveja( uma opção barata e boa é a Zilertal)
Por fim, comemos a sobremesa em um restaurante mais arrumadinho que fica na parte de fora do mercado. Vale muito a pena pedir o pudim de doce de leite e a panqueca!
Depois do almoço andamos ali por perto do mercadão onde tem varias lojas de artesanato bem bonitas mas caras.
Já era quase a hora do por do sol então compramos um vinho ( recomendo o da uva tanatt, que é a uva que dá melhor no Uruguai) e fomos para a praça Virgilio no bairro de Punta gorda – o por do sol também é bem bonito de ver do parque rodó.
A noite fomos no cassino no bairro do carrasco. Ele fica em um hotel impossível de não ser visto quando você esta no bairro do carrasco e não tem controle nenhum na entrada ( não tem que apresentar documento ou pagar).
Os jogos de maior valor como pôquer e a roleta ficam, em sua maioria em salas privadas, ficando aberto ao público praticamente só as maquininhas eletrônicas, e o bingo, mas pra quem nunca foi em um cassino é legal ir pra brincar um pouco.
Para jantar comemos um crepe em uma rede famosa la no uruguay que chama Crepas, comi um de queijo brie com damasco e rúcula, muito bom!
Dia 9/10/11
Seguimos para o norte do Uruguai até a praia de La Pedreira ( aproximadamente 200km)
Para chegar lá fomos seguindo o caminho da costa, passando pelas praias de Atlantida, Bella Verde, Playa grande,e Punda negra. Por esse caminho demoramos mais pra chegar mas vale a pena porque a paisagem é muito bonita e a estradas também, e estão em bom estado.
Demoramos por volta de 4 horas para chegar em La pedreira.
La ficamos em um hostel chamado El viajeiro. Pagamos R$ 100 por pessoa por dia em um quarto individual com banheiro. A estrutura do hostel é bem boa, com staffs 24 horas por dia, cozinha completa, café da manha e sala de convivência e bar.
A vilazinha é bem charmosa, com vários barzinhos, lojinhas, restaurantes e docerias, inclusive falam que na heladeria Popi que fica na rua principal tem o melhor sorvete de doce de leite do mundo. Realmente é mto bom!
A rua principal dá em uma parede de pedras onde de cada lado tem uma praia. A do lado esquerdo é mais cheia do que a outra.
Uma coisa interessante das praias do uruguay é que em sua maioria elas não tem estrutura de quiosques e bares que temos aqui no brasil, então as pessoas levam seus próprios guarda- sois e cadeiras (se quiser economizar aconselho levar daqui do brasil porque lá é bem mais caro).
Não deixe de comer uma empanada de doce de leite no único lugar de empanadas da praia que fica na rua principal.
Outro lugar muito legal pra comer é o bar Antônia. Ele fica em uma das poucas vielinhas que cruzam a rua principal. O bar/restaurante tem um clima bem intimista, com lampadinhas incandescentes e velas. No cardápio eles tem varias entradinhas alem de frutos do mar, carnes, saladas e hamburguês. Comemos um hambúrguer caseiro muito bom. Também tem drinks, inclusive capiririnha que também estava muito boa.
O mais legal do bar é que depois de umas 21h ( que é a hora que começa a ficar mais cheio) tem um pianista que passa uma cartinha com os artistas que ele sabe tocar, e pede para que as pessoas sugiram musicas pra ele tocar. A seleção de musica é bem boa – de Amy Winehouse a Jorge bem, de Frank Sinatra a Bob Marley!
Como as coisas para comer não são muito baratas em La pedreira, uma boa dica é ( se você ficar em um hostel como o nosso- com uma boa estrutura de cozinha) vale a pena comprar um macarrão e molho , já que os molhos de lá são muito gostosos e baratos e comer no hostel mesmo. Quase todo mundo faz isso e também é uma boa forma de conhecer as pessoas que estão hospedadas lá ( na cidade tem muitos argentinos!)
Na vila as coisas começam a acontecer meio tarde, tanto os restaurantes pra jantar, quanto os bares/baladinhas. Fomos em uma que fica no bar jammerson e que só começa a encher lá pelas 2h da madrugada! Já tínham nos falado disso, então a dica é voltar da praia e tirar aquele cochilo, jantar bem tarde pra dai não desanimar. Valeu a pena porque o lugar era bem legal, é um casarão com um jardim bem grande, com musica boa e com e uma galera bem animada. A balada só acaba com o nascer do sol e não paga nada pra entrar.
É bom lembrar que lá a maioria dos lugares não aceita cartão em de debito, inclusive o mercado então tem que levar dinheiro vivo, podendo ser dólar, real ou peso uruguaio.
Dia 12/13/14
De La pedreira fomos para a praia de Valizas ( só 7 km de distancia). La ficamos no hostel Buena Vista Valizas em um quarto privativo com banheiro compartilhado. O hostel é bem diferente, porque fica nas dunas ( assim como algumas outras casinhas) então não tem energia elétrica ( só energia solar, ou seja, se fizer sol tem luz, se não não) A agua é quente porque tem sistema a gás. Pagamos R$ 100 por pessoa por dia.
O esquema é entrar no clima e curtir um pouco a vida de um jeito que não estamos muito acostumados ( sem wi fi, energia a qualquer hora e tal) mas que no final das contas acaba sendo bem gostoso.
A vila também é praticamente uma rua, também com vários restaurantes, bares e lojinhas, mas mais rustico e barato do que lá pedreira. Tem uma feirinha de artesanato bem legal na própria rua principal.
A dica pro ano novo é ir na região das dunas ( que ficam praticamente na praia) e subir em uma delas, porque assim dá pra ver os fogos de Aguas Dulces, Valizas e Cabo polônio.
Os dois restaurantes que mais gostamos foi o La Fraterna e a Creperia que tem bem em frente.
O primeiro é uma cooperativa onde os garçons são super simpáticos e a comida é deliciosa, apesar de um pouco cara ( R$ 45,00 um prato de bife ancho com salada com molho de mostarda e mel e vinagrete e ricota com nozes – um dos melhores pratos que comi lá). Também tem pizza, que sai por volta de R$ 30,00.
O segundo tem uma boa variedade de crepes doces e salgados ( o crepe de doce de leite não é muito bom) e vem com uma saladinha bem gostosa. Custa em media R$ 15,00 e é bem grande.
Fomos também para Cabo Polonio uma praia situada em uma reserva ambiental, a aproximadamente 6 km de Valizas.
Saindo de Valizas dá pra ir a pé pela praia ou penas dunas, ou então ir de carro até um estacionamento e de la pegar uma jardineira que te leva pela praia pelas dunas. O estacionamento custa R$ 30,00 a diária e a passagem de ida e volta na jardineira R$ 15,00.
A praia e linda e muito charmosa, provavelmente porque não tem ruas, nem fios de iluminação( não tem luz elétrica) e as casinhas, hostels e restaurantes são bem rústicos e de bom gosto, tudo parece ser muito aconchegante!
Como ela fica em uma península tem um farol e duas praias, uma de cada lado. A do lado esquerdo é onde ficam os hostels e a maioria dos restaurantes ( tem dois na ponta direita da praia que são mais caros, e atrás de um deles fica a única pousada da praia)
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Na praia a direita do farol ficam as casas, que em sua maioria são para alugar. São casinhas pequenas mas que parecem ser confortáveis. Antes de ir fizemos uma pesquisa e vimos que para essa época do ano sai em media R$ 300 para alugar uma casa que cabe 6 pessoas, vale a pena!
A atmosfera da cidade é muito boa, não tem carros e parece que todo mundo que esta lá esta vivendo aquele momento, sem as preocupações do dia dia. Me lembrou bastante Jericoacoara a uns anos atrás.
Vale lembrar que na vila não tem luz elétrica, mas a maioria das casas, hostels e restaurantes tem gerador.
Espero que as dicas tenham sido uteis, boa viagem!
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