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Relato San Pedro de Atacama – 5 dias – Bruna e Marcelo

Fomos para San Pedro de Atacama no final de fevereiro, dos dias 20 a 25. Foi uma boa época,
pois pegamos uma temperatura agradável e uma amplitude térmica leve. Então, apesar do
forte calor durante o dia, as noites não eram tão geladas como em outras épocas do ano.
Se você for ao Chile, ir ao Atacama é uma viagem quase imperdível! Lá é maravilhoso, tem
paisagens únicas e históricas e é um passeio que sem dúvida vale muito a pena ser feito.
Nos organizamos para passar 5 noites e 4 dias inteiros em San Pedro. Para chegar lá de avião
fomos até Santiago e de lá pegamos um voo para o Aeroporto de Calama, cidade que fica
próxima a San Pedro. Fizemos a viagem pela empresa Sky. Para duas pessoas com bagagem
para despachar a viagem ficou em torno de 100 dólares por pessoa, ida e volta de Santiago.
Chegando ao aeroporto em Calama é preciso pegar um transporte para ir a San Pedro. As
opções são ônibus, transfer ou aluguel de carro. Optamos por ir de transfer. Há diversas
empresas que realizam o trajeto, que consiste em ir do aeroporto até a hospedagem. Vale a
pena marcar ida e volta, pois a empresa também busca no dia marcado, na hospedagem que
estiver. Esse trajeto de ida e volta do aeroporto até a hospedagem em San Pedro custa 18.000
pesos chilenos por pessoas. Achamos que valeu muito a pena, pois o serviço é bem pontual e
viajamos confortavelmente. O trajeto dura aproximadamente 1 hora.
Chegando em San Pedro nos hospedamos em um airbnb. A hospedagem vai de acordo com as
necessidades e condições de cada um. Lá tem opção de hotel, hostels e airbnb, que para nós
apresentava um preço mais em conta do que um hotel, e ao mesmo tempo mais privacidade
do que um hostel. Gostamos bastante da escolha que fizemos

San Pedro é uma cidade pequena, cheia de casas baixas, com um pequeno centro. A rua
comercial principal fica no centro, se chama Caracoles, e é onde se localizam as agências de
passeios, restaurantes, lojas, casas de câmbio e demais estabelecimentos comerciais. Vale a
pena se hospedar próximo a essa região, principalmente para quem estiver sem carro, como
era o nosso caso. Lá é possível fazer grande parte das coisas a pé pelo centro e com certeza
será preciso passar por essa rua.
Chegamos no final da tarde e decidimos conhecer a região e nos informar sobre os passeios. A
primeira coisa a saber é que existem diversas agências de passeio e os preços variam bastante,
então vale a pena se informar em mais de um lugar. Tudo dependerá dos dias que você tem
disponíveis para ficar no Atacama e dos locais que estão abertos para visitação. Em algumas
épocas no ano tem lugares que fecham, seja pelo clima ou por alguma questão local, então
chegando lá é possível saber que passeios estão sendo feitos. Não é preciso fechar esses
passeios antes da viagem, inclusive é mais interessante fechar lá por conta da possibilidade de
negociar valores a partir do roteiro definido.
O Atacama, comparado com outros lugares do Chile, é mais caro. Então é preciso se organizar
para o gasto com os passeios e alimentação.

Fechamos os passeios com a agência “Expediciones Chajnantor”. Para nós foi a que apresentou
um roteiro mais interessante para os dias que tínhamos, por um preço mais viável. Ao todo
custou 90.000 pesos chilenos por pessoa, o que equivale aproximadamente a R$ 600,00.
Contudo, vale alertar que tivemos que pagar em dinheiro, pois com cartão tinha um acréscimo

de valor. Então é bom se organizar para isso. Alguns desses locais dos passeios são pagos para entrar, então é preciso se organizar para isso também. Fizemos o seguinte roteiro:

Dia 1 – Valle de La Luna + três marias e Mirador Del Coyote(passeio no período da tarde)

Dia 2 – Valle do Arco-iris e Laguna Cejar + Laguna Piedra, Laguna Tebinquinche e Ojos Del Salar (passeios manhã e tarde)

Dia 3 – Piedras Rojas, Salar de Atacama e Lagunas Altiplânicas (passeios manhã e tarde)

Dia 4 – Geysers Del Tatio e aguas termales (passeio no período da manhã).

Dia 5 – Retorno para Santiago

Como San Pedro fica a 2300 metro de altitude, é recomendável que os passeios sejam feitos de acordo com o aumento da altitude, do menor para o maior. Então nos primeiros dias é interessante ir a lugares mais próximos de San Pedro para ir se adaptando ao aumento de altitude. Para o tempo que ficamos foi possível fazer grande parte dos passeios, mas não todos; então para quem tiver mais dias disponíveis para essa viagem, vale a pena. Todos os passeios tem guia turístico.

Fomos ao Valle de La Luna no primeiro dia. O Valle fica próximo à cidade e lá é possível encontrar formações rochosas únicas. É feita uma caminhada para subir ao Valle, que tem uma vista incrível, e depois o passeio segue para outras formações rochosas. Finalizamos esse passeio no Mirador Del Coyote para ver o pôr-do-sol que é maravilhoso! Lá o sol se põe às 20:15h, horário em que o passeio é finalizado.

Uma dica importante é que estávamos calçando botas para trilha. De início achei que não seria necessário, mas ao longo dos passeios vi que fez muita diferença estar com a bota, pois passamos por relevos variados, muito rochosos, e a bota me deu suporte e proteção para andar tranquila. Em épocas mais frias acho que seja mais necessário ainda.

No segundo dia iniciamos o passeio pelo Valle do arco-íris logo cedo. Nesses passeios que acontecem de manhã, é comum com a agência busque as pessoas nas suas hospedagens e ofereça café da manhã. Uma dica importante é comer alguma coisa antes de sair, caso tenha fome de manhã. Por mais que seja oferecido o café-da-manhã ele não acontece logo na chegada do passeio; de modo geral é feita uma caminhada antes. Tiveram dias que saímos às 07:30h e fomos tomar o café após às 10:30h, por isso pode ser interessante comer algo antes ou levar algo leve, como nutts ou fruta. No café da manhã oferecido é servido, de modo geral, café com leite, ovos mexidos, avocado (no estilo guacamole, mas sem temperos), pães, alguns tem frios, frutas e bolos. É bem servido!

Esse passeio é muito interessante e pudemos ver formações rochosas de diferentes tipos, que nos seus processos ganham tonalidades diferentes, por isso o nome arco-íris. É uma paisagem muito bonita e diferente.

No período da tarde desse mesmo dia fomos a Laguna Cejar, que é uma lagoa de sal, cuja concentração ultrapassa a do mar morto, o que faz com que as pessoas boiem com mais facilidade. O local é lindo, tem duas outras lagoas que não são indicadas para banho, e uma que é. Vale a pena vivenciar a entrada na lagoa e sentir a diferença com a quantidade de sal. Nesse local há banheiros e vestiários, o que permite que, após sair da lagoa, você tome uma ducha e tire o excesso de sal que fica no corpo. Saindo de lá fizemos outras paradas: na Laguna Piedra, Laguna Tebinquinche e Ojos del Salar. Esses locais são muito bonitos e é incrível ver as camadas de sal e as paisagens que se formaram ao longo do tempo. É incrível! Lá não é permitido entrar na água, apenas nos Ojos del Salar que são duas pequenas lagoas de água doce que se formaram após exploração no local.

 

No terceiro dia iniciamos o passeio logo cedo, para Piedras Rojas. Até chegar lá passamos por diversos locais, como o Pueblo Tocanao e as Lagunas Altiplânicas, que são sensacionais! Sem dúvida o lugar que mais gostamos de visitar. São lagoas que ficam na beira de vulcões e são maravilhosas, uma paisagem única. Lá é possível ver as espécies animais locais, como lhamas e vicuñas. Esse passeio consideramos imperdível. De lá seguimos para o mirador de Piedras Rojas, onde pudemos ver lagoas salinizadas em uma região em que as transformações vulcânicas alteraram o tom das pedras, que ficaram avermelhadas. Essa região já fica a mais de 3500 metros de altitude, por isso é um passeio para fazer após alguns dias, quando estiver mais adaptado. Não cheguei a me sentir mal, apenas uma leve sensação de queda de pressão quando chegamos no ponto mais alto.

No quarto e último dia de passeio fomos aos Geysers Del Tatio, que são campos geortérmicos, localizados a 4300 metros de altitude. Esse passeio é iniciado muito cedo, às 4h da manhã, pois para podermos ver os processos é preciso chegar com a temperatura baixa. Neste dia pegamos 0º com sensação térmica de -3º. Estava muito frio, o que requisitou uma quantidade maior de casacos. Esse local é muito interessante, pois a água que vemos tem contato com as rochas vulcânicas, o que faz com que ela esquente. Lá tem uma piscina de água quente que é possível entrar para quem tiver coragem de tirar o casado. Sem dúvida é um passeio que vale a pena ser feito. Na volta de lá passamos por outros locais, como vales com formações rochosas e cactos gigantes).

Os únicos passeios que não fizemos, mas gostaríamos de ter feito, são as Termas de Puritama, que estava fechado, e o Valle de La Muerte, que é possível ir de bicicleta de San Pedro, mas acabamos não tendo tempo no último dia. Há também as Lagunas escondidas, que acabamos optando por não fazer para conhecer outras, mas que acredito que também seja legal de conhecer. E por fim, o passeio astronômico, que não foi realizado em nenhum dos dias que estávamos lá, pois pegamos noites nubladas. Nesses passeios é que podemos ver aquele céu estrelado incrível, e alguns deles são feitos por agências que tem telescópios grandes e bem profissionais. Infelizmente não pudemos ir pelas condições climáticas. Esse passeio custa em torno de 20.000 pesos chilenos.

Sobre San Pedro, vale contar que a cidade é muito segura, tem locais muito agradáveis para conhecer e ir comer. No centro há uma igreja bastante antiga; um pouco mais afastado há um museu que não chegamos a ir.

Em relação à alimentação, como falamos lá não é um local barato e é possível encontrar uma variedade de coisas pra comer, de lanches à comida, mas que variarão de preço e serão de modo geral mais caros, se compararmos com o que gastamos no Brasil. Recomendamos muito a Franchuteria, um restaurante estilo padaria muito gostoso que tem lá. Ele fica em um jardim aberto e tem produção artesanal, tudo muito bom e bem servido. Nossa preferida foi a baguete de queijo de cabra, um pão maravilhoso feito lá, acompanhado da geléia do dia. É muito bom, bem servido (possível dividir tranquilamente) e o ambiente é muito agradável. Sem dúvida vale a pena tomar um café da manhã (ou outra refeição) lá algum dia da viagem.

Por fim, vale dizer que nós amamos a viagem e voltaríamos sem dúvida!

Algumas dicas importantes:

– Levar roupas variadas, de frio e calor. A depender da época do ano estará mais frio, mas de qualquer forma há passeios em locais altos que estará frio, então vale a pena levar casacos quentes, segunda pele, meios, gorro e se possível uma bota de trilha para os passeios. Boné e óculos de sol também são necessários, pois durante o dia o sol é forte.

– Levar protetor solar, labial, soro fisiológico e colírio. Como o clima é muito seco, é preciso cuidar da pelo, dos olhos e da respiração, então recomendo se preparar para isso.

– Lá existem algumas casas de câmbio, que conseguimos inclusive taxas melhores do que no Brasil. Contudo, não sabemos se isso ocorre sempre, então se preciso é possível cambiar lá, mas é bom se organizar para os gastos que tem que ser em dinheiro.

– Como o deserto do Atacama é um local de alta altitude, é importante ir percebendo como sente o corpo ao longo dos dias. Nós não nos sentimos mal, mas sempre levávamos algumas balas de coca com a gente, que ajudam na sensação de moleza que as vezes vem. As balas e chá de coca são vendidos lá em todos os lugares.

– Ande devagar nos passeios. É importante ir no seu ritmo e, conforme aumenta a altitude, pode haver mais dificuldade para respirar.

– Muita água sempre! É muito seco e é preciso se hidratar. Levávamos aproximadamente  2 litros de água por passeio.

 

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